O Novo Portal do Esclarecimento
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
Estados de Espírito
segunda-feira, 9 de julho de 2012
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Hiperlink, Vigilância Epistêmica, Bom Senso e Anonnymous
Bem, eu venho aqui para dizer algo que por muitas vezes eu tentei, mas sempre falhei por dois motivos básicos, primeiramente por que sou um filho do meu tempo e como tal não possuo pensamento linear, penso em hiperlink, minha mente pensa numa velocidade muito maior do que a que posso registrar (tanto em palavra gravada quanto e ainda menos em escrita), e não estou me gabando por isso, uma vez que isso neste momento é de grande prejuízo e que em teoria toda minha geração pensa assim.
O fato é que, retornando ao começo, existe muito a se dizer, no entanto tudo já se foi dito, e este é o segundo motivo (além do pensamento em hiperlink ao qual me referi no primeiro parágrafo, caso se estejam dando por falta de um motivo) pelo qual não consegui dizer nada até então. Sim, há muita cois a se saber sobre o mundo e sobre tudo, mas as coisas simplesmente se repetem, cada palavra dita por você já foi dita mesmo que de outra forma por alguém em outro lugar em outro tempo, assim como nossa religião cristã não passa de uma releitura ou cópia quase descarada de religiões pré-cristãs pagãs como a religião egípcia, todo o resto também é apenas uma réplica de algo pré-existente, e isso sempre me tirou muito a vontade de falar sobre qualquer coisa (sem contar o fato que eu tenho muito menos gabarito para falar sobre qualquer coisa do que os que o disseram em primeiro lugar, eu seria apenas uma reprodução imperfeita, e nada melhor do que a fonte original).
Desculpem-me pelas aparentes divagações, mas garanto-lhes que de certa forma elas são bastante necessárias e fazem parte inerente da ideia principal que tento passar, sinto por não poder escrever de forma mais concisa prazerosa de se ler. E quanto à ideia principal, já se é sabido muitas coisas, por exemplo: que a religião é um meio inventado de manipulação das massas e é a maior mentira já contada, que nosso sistema é um sistema em crise, que a guerra contra o terrorismo foi muito bem planejada, comprada e executada por aqueles mesmos que a "combatem", que somos escravos de um sistema financeiro comandado por uma pequena elite detentora de todo o capital e tudo mais que há para se saber. E eu em minha jovem e humilde pessoa não posso ter a soberba maior de pensar que sei de algo que mais ninguém na humanidade saiba, ou que a saiba mais ou melhor. (como primeiro hiperlink deixo os documentários "Zeitgeist", a "História das Coisas" e a "Ilha das Flores".)
Mas e então o que teria eu a dizer? O fato óbvio que quando eu digo que todas estas coisas são sabidas e conhecidas não é algo unânime, não são todos os que sabem de tudo isso, muito pelo contrário, são muito poucos. Ainda vemos igrejas abarrotadas de pessoas e discursos inflamados sobre política e pessoas reféns da mídia popular viciadas em entretenimento, e é nisso que eu modestamente acredito que possa ter algum papel.
Todas essas coisas que citei e várias outras são instrumentos de uma pequena minoria que só deseja manter o controle sobre absolutamente tudo e manter esta hierarquia eternamente, e logo para os mesmos não é interessante que a grande maioria das pessoas saibam de tudo, e é ai que entram todas estas distrações midiáticas, políticas, religiosas, financeiras e tudo mais, e como grandes detentores de praticamente tudo, seja educação, ou meios de comunicação, portanto toda fonte que nos provém com conhecimento, isso estaria garantido.
Todavia uma criação deste sistema saiu fora de controle, um filho bastardo que agora lhes causa problemas, um único lugar onde ainda é difícil manter o controle absoluto, a internet (e que desgosto que me dá falar disso pelo mesmo segundo motivo que já citei). Nela abundam uma quantidade de informação pouco tangível à nossa imaginação, e não vou me demorar ainda mais provando isso, pois como já disse, tudo aqui escrito já foi dito e está justamente lá, na internet, só vou dar-lhes uma sugestão de modus-operandi:
Em algum lugar eu vi que o cérebro de nossa geração está agora habituado em uma forma de pensamento e raciocínio totalmente nova. Até as gerações passadas o raciocínio humano era feito de forma linear, e qualquer coisa fora disso facilmente o confundia, contudo nossa atual forma de pensar é dada por hiperlink (e já estou me cansando de repetir palavras, não gastarei muitos parágrafos explicando-o use a internet e descubra por si mesmo), logo a velocidade e quantidade de informações aumenta e a qualidade pode sofrer prejuízos.
Então se já pensamos em hiperlink vamos fazer isso se tornar algo útil, vamos nos aproveitar de suas vantagens e amenizar suas desvantagens, uma vez pensando em hiperlink precisamos de uma quantidade de informação (ou de entretenimento) cada vez maior para suprir nosso cérebro (ou para nos alienar), um livro então embora muito mais completo pode agora não ser mais a melhor forma de se conhecer sobre um assunto (uma série de pesquisas rápidas na Wikipédia e outros lugares podem ser tão frutíferas quanto) uma vez que pode-se utilizar do hiperlink, quando se pesquisa sobre o 11 de setembro vários nomes e termos podem vir no corpo do texto e se utilizados como hiperlink pode se agregar uma quantidade de informações bastante valiosas.
Porém como eu já disse a internet tem informações em excesso, ai entra a vigilância epistêmica, um hiperlink pode me levar à uma página de resultados, em que todos os primeiros são sobre nada muito revelador (como receitas de bolo) e mais ao fim da página informações muito valiosas, com isso não sobra muito mais a se falar sobre a vigilância epistêmica, basta que se procure sobre ela e se a utilize (embora a importância que a colocou no título desta postagem será ressaltada posteriormente).
Para ter certeza que ela funcionará entra o bom senso, informações virão de todos os tipos, e as teorias da conspiração irão assombrar a verdade que buscamos. O bom senso virou piada hodiernamente, nas redes sociais, portais de humor, e tudo mais podemos e cansamos de ver, gostar e compartilhar sátiras da falta de bom senso que a cada dia atinge níveis mais aterrorizantes, e assim parece que a cada vez procuramos nos superar em nossa falta de bom senso, uma vez que não há um dia que não se veja um caso destes, e ainda nos surpreendemos com os níveis em que esta falta chega.
Devemos investigar com um rigor científico e precisão cirúrgica onde é que nos foi tomado o bom senso, onde ele nasce e com minúcia forense onde foi seu infanticídio. Talvez esteja em sua própria sátira seu suicídio, o próprio excesso de entretenimento se encarrega desse assassínio.
O assustador não são os absurdos isolados que são chagas da própria condição humana, como os doentes, insanos, psicopatas, pedófilos, estupradores entre outros, que trazem em si uma condição claramente patológica, que precisa apenas de um estopim externo condicional para que se manifeste. Contra estes infelizmente pouco temos à fazer a não ser identificá-los e prevenir que causem seus danos.
O assustador são as regras, não as exceções. Sãos as centenas de milhares, são os drogados, os assassinos, os mentirosos, os corruptos, e os ignorantes por opção. São aqueles que não possuem propensão biológica, médica ou patológica para cometerem seus crimes ou consentirem com os mesmos. Estes são forjados diariamente em frente a telas brilhantes, salas de aula empoeiradas e famílias disfuncionais.
Com os conhecimentos que temos hoje poderíamos ter uma realidade muito mais promissora, mas não a temos, e embora muito reclamemos e nos perguntemos o por que, pouco investigamos e pouco fazemos, e esse é nosso problema, e é isso que tento abrandar. Não proponho revoluções, estou cansado de ver estas propostas, há grupos que em frente aos absurdos que chegamos em nossa época montam supostas “legiões” em causas comuns, e usam de slogans inspiradores e todo tipo de maquinaria inteligente para unir e direcionar grandes contingentes de pessoas úteis e suas opiniões.
Estas legiões embora sim muito úteis e supostamente bem informadas me decepcionam e me assustam, pois ainda estão perdidas e ainda não sabem de nada mesmo tendo todas as informações. Falta neles um refino em seu pensamento e hiperlink (voltando a ele), a capacidade de reter informações, ideias e pensamentos desta grande massa é muito beneficiada por esta forma de pensamento, entretanto não existe uma conexão e síntese dos mesmos, não há neles produção intelectual realmente relevante. Vejo debates sobre como derrubar um sistema atual ou como atacá-lo, mas não vejo debates de como depurá-lo, de como organizar a educação de um país, de como garantir saúde à população, de como prevenir guerras ou crises econômicas, de como acabar com a fome mundial, de como realmente mudarmos nossa realidade ao invés de substituirmos por outra semelhante.
Vejo pessoas que assistiram sentadas todas as guerras e crises que vieram e que passaram, e que só se manifestaram quando lhes foi revogado o direito de assistir seus filmes no conforto da mesma cadeira na qual foram plateia de tantos absurdos e mentiras. E não vejo ninguém que tome atitude que ainda sim realmente lhe custe algo sem que lhe proporcione diretamente algum tipo de satisfação, como a satisfação de fazer algo que se gosta (como operações de hacking), que se faz de forma fácil, sem desgaste, no conforto de sua casa com alguns poucos cliques, sem feridas de batalha, sem perda de companheiros, sem traumas de guerra, e com a satisfação de se sentir “parte” de algo, sendo de uma geração que sempre sentiu esse problema (e que termina por se manifestar na gama nunca antes vista de grupos e tribos urbanas, bulling e isolamento), a satisfação de ser conhecido, de ser admirado mesmo que anonimamente por vários, por sair simbolicamente na capa de revistas e jornais, e poder estufar o peito quando falar sobre isso com os amigos. Ter a deliciosa catarse de Robim Hood, ter a satisfação de quebrar as regras, de ser o “bandido”, de sentir que tem a liberdade para ir contra um sistema, e ainda sim ao mesmo tempo ser o “mocinho” por sentir que está fazendo a coisa certa e ser admirado por tantos, é o melhor de dois mundo para um ego deformado.
E em momento algum há questionamentos sobre a própria “organização” a qual se orgulham de dizer que fazem parte, não se perguntam quais seus objetivos reais, de onde ela surgiu, quem está por trás de tudo. Essa sensação que descrevi é sua própria morfina, que os anestesia e por tanto lhes basta. Os faz acreditar na ideia quase infantil que são totalmente independentes, democráticos, transparentes, abertos, e que não estão sendo manipulados de nenhuma forma, que não existe nada nem ninguém de dentro que não dê a cara a tapa, ou que se aproveite deles, que não existe intencionalidade alguma ou que não existam divisões internas e hierarquias dentro do grupo. Enquanto isso todos falam o que querem, as informações são tantas que se diluem, tantas vozes se tornam indistintas, as previsões psicológicas de comportamento de grupo se cumprem, e a multidão marcha sob os belos slogans inspiradores, assim vestida de negro, bela e assustadora de se ver de longe, confusa e alienada de perto, usada como cão de briga para assustar inimigos, controlada por alguém desconhecido que segura a coleira.
Sabe, divagando mais do que possível nesse momento, me assusta não ter um fórum de debates reconhecido sobre isso, sobre uma nova proposta de sistema global. Como um exemplo que um amigo me deu uma vez como prova de um sistema em crise (como se já não houvessem suficientes). O nosso sistema científico, médico e farmacêutico (assistam ao “Jardineiro Fiel”), hoje existe uma pandemia de AIDS no mundo, embora os pacientes soropositivos tenham atualmente muito que comemorar, com os tratamentos e coquetéis é possível se ter uma vida longa e dentro do possível quase normal, e em nosso país eles têm ainda mais motivos para comemorar, uma vez que nosso governo decidiu não respeitar a patente desses coquetéis e os distribui gratuitamente à população que deles necessita, uma vez que estes medicamentos são bastante caros e a grande maioria não teria acesso, mas vejam bem que eles são caros não por custos de fabricação, mas sim por royalties e patentes farmacêuticas, o que faz com que os laboratórios e grandes empresas de fármacos lucrem com isso, e lucrem muito bem, uma vez que devemos lembrar que existem uma pandemia e que os pacientes não se curam e agora têm uma vida longa, então são muitas pessoas comprando durante muitos anos estes mesmos medicamentos. Agora pense um pouco, estes laboratórios com capacidade e verba suficiente para produzir estes coquetéis tão eficientes seriam os mesmos com capital e capacidade para eventualmente descobrirem a cura para a AIDS. No entanto, caso descobrissem, eles iriam noticiar? O que seria mais lucrativo, manter uma multidão (lembrando-se também que se trata de uma doença contagiosa, quanto mais infectados mais ela tende a se espalhar em progressão) dependente eternamente de seus produtos ou simplesmente erradicar a doença? Logo é muito provável que a cura já exista e seja guardada a sete chaves, e aos laboratórios menores não é liberada nenhuma informação (protegida por patentes e até meios ilegais ou desleais como trustes ou holdings), ou mesmo a compra e fechamento de laboratórios que poderiam fornecer concorrência (e aqui deixo outro hiperlink e exemplo concreto disso, sobre a verdade da gripe aviária que ninguém lembra mais, apenas o secretário de defesa americano que enriqueceu na casa dos trilhões com a patente da vacina). Agora olhando do específico para o geral poderemos imaginar que isso pode acontecer com várias descobertas científicas, uma vez que existe um déficit de incentivo ao avanço científico se comparado ao incentivo comercial (e aqui aproveito para me valer novamente um pouco do que eu tanto falei ao longo do texto, o hiperlink, e peço que pesquisem sobre o ACTA, com isso poderão ter um vislumbre do que eu estou falando), de forma que é muito mais lucrativo a restrição de algum bem (seja ele material ou não) para que este se valorize (manipulando-se de certa forma a oferta e procura, criando mercados dependentes e eliminando concorrências ou fontes alternativas, cerceando a liberdade), restringi-se a inovação, a melhoria e o avanço, nosso sistema nesse ponto encontra-se truncado e impede a si mesmo de criar melhorias, um sistema baseado em incentivos e não em capital nesse caso poderia se dar muito melhor.
E eu poderia usar de teorias econômicas e filosofias muito ricas para apresentar e explicar cada ponto, como a filosofia de Kierkegaard para mostrar o como toda essa massa de mascarados só sentiria o verdadeiro drama de si e por isso foi plateia de um mundo que se autodestruía por tanto tempo e só se moveu quando teve um drama pessoal por não poder ouvir suas musicas favoritas sem pagar, ou quando depois de uma infância consumista na frente da TV, com tantos comerciais entre os desenhos que os faziam desejar ter tudo e programas e filmes que diziam que eles seriam ricos e felizes quando crescessem e agora que têm de trabalhar são assaltados por impostos e políticos corruptos que não os permitem ter aquilo que lhes foi prometido pela ilusão da propaganda (e mais um hiperlink para "Criança, a Alma do Negócio" e para o filme "Clube da Luta").
Poderia ver a história de um ponto de vista contrário também, poderia vê-la com o formalismo hegeliano, com a tese, antítese e síntese que estamos vivendo e de muitas outras formas, mas como eu cansei de dizer e irei repetir um pouco mais, tudo isso já foi dito, por eles próprios e muitos antes e depois, e quem seria melhor para falar sobre a filosofia de Hegel que o próprio Hegel. O fato é que tanto Hegel quanto Kierkegaard estão mortos, e então não podem eles mesmos aplicar sua forma de pensar no que vivemos agora em nossas situações cotidianas, coisa que nós mesmos deveríamos fazer, mas estamos muito preguiçosos e mal acostumados com tanta informação já digerida entupindo nosso cérebro (e novamente a overdose de entretenimento) que não o fazemos e até pagamos para que alguns poucos o façam por nós, e assim somos manipulados por eles e por suas intenções e ideias.
Eu proponho à partir disso a criação de um manual de hiperlinks, que poderia ter como plataforma básica a própria internet em si ou algo como uma Wikipédia, só que de uma forma mais séria, com uma rigorosa vigilância epistêmica, com fóruns de discussão semelhantes à parlamentos ou câmara de senadores e deputados (de forma a haver uma democracia direta através da tecnologia, sem a necessidade de políticos, ou pelo menos de tantos deles), quer seria em parte parecido com uma legislação, em parte como um manual orgânico (em se tratando de organização e funcionamento) social, político, econômico entre outros. Deve haver dentre tantos sete bilhões de seres humanos, tantos estudiosos, pesquisadores, ou mesmo leigos que abundam em informação (e que embora tenham ou pelo menos em teoria possam ter acesso a quase qualquer informação e conhecimento sobre um assunto ainda não são capazes de formarem suas opiniões mesmo tento tudo disponível para isto) ideias que possam ser aproveitadas para que possamos ter em tudo alguma melhoria. Dentre todas as teorias já criadas é hora de fazermos uma nova síntese de nosso tempo, com algo mais belo e funcional, algo que substitua este sistema enferrujado que já nos bem serviu e agora idoso, esclerosado, casmurro e cansado necessita de se aposentar.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
Kierkegaard
Um homem verdadeiramente são pode imitar um homem louco, atuar e enganar aos demais em sua falsa loucura, já um homem verdadeiramente louco não pode nos convencer de que é mentalmente hígido o tempo todo, não pode mimetizar a razão e sanidade em sua perfeição, do contrário jamais o teríamos tomado por louco.
Então se não podem vocês ditos homens sãos imitar ou equiparar minha loucura, ao passo que eu posso como bem entender prever e provar de sua dita razão e enganar a todos que sou são, minha loucura então é genialidade, e sua sanidade é apenas limitação.
terça-feira, 19 de julho de 2011
Bóris, O Criador
Uma fenda se abre no meio da Ásia, num lugar remoto, instrumentos de navegação por todo o globo sofrem interferência, só é encontrado um homem no local. Um velho ranzinza que se autodenomina O Criador.
A fenda leva a um mundo medieval, os homens que a exploraram não sabem dizer ao certo qual a localização espaço-temporal da mesma.
- Tolos – Exclama o velho – Não é uma fenda pro passado, as fendas temporais são unilaterais, não se pode retornar ao passado por elas, só se avança ao futuro, do contrario a realidade entraria em colapso. Aquilo que vocês vêem ali é outro universo.
O velho era o criador de vários universos, 42 para ser mais exato. Era portanto um criador. Em cada um de seus universos era também Deus, mas não no nosso, este ele não havia criado, e aqui era apenas um velho.
Os outros criadores competiam de certa forma em suas obras, estes criadores tinham diversas formas, alguns não tinham forma nenhuma, o que às vezes era bem conveniente, por assim poderem ser onipresentes, mas se perdessem a Consciência deixavam de ser criadores, ou seja morriam, e passavam então a se tornar leis. Como a gravidade. Algo onipresente que possui uma vontade mas não uma consciência. Para prevenir isso alguns tomavam tantas outras formas, havia um que era uma galáxia ele mesmo.
Nosso Criador era no caso realmente a nossa imagem e semelhança, mas de velho e barbudo não tinha nada, era uma mulher, a mais bonita que se pudesse, ou não, imaginar. Diferentemente do velho ranzinza não só em aparência, mas em estilo de trabalho, não fez muitos universos na teia de multiversos, fez apenas o nosso. Mas este era uma obra prima em questão. A união de todos os seres deste eram conhecidos como o 13º Anjo, e era superior até a maioria dos criadores, incluindo nosso protagonista mal-humorado. Belíssimos mecanismos faziam esse universo funcionar, e com inveja o pequeno homem, que a essa altura não tinha ainda esta forma, resolveu bisbilhotar, e entrou nesta nossa realidade.
Bem nossa criadora de nada ficou contente, e então prendeu às nossas regras o pobre criador que então passaremos a chamar de Boris. Uma vez preso às limitações de um ser humano Boris perdeu a maior parte de seus poderes antes ilimitados, agora tinha de se aproveitar das falhas do mundo criado para escapar, e aos poucos ir descobrindo os limites do corpo que agora habitava para que pudesse recobrar ao menos em parte seus poderes.
Algumas dúvidas prevalecem, como o grande Porque de os criadores criarem, ou quem é que os criou antes de tudo? Para Boris essas eram questões muito tolas, e ele rosnava respostas simplistas, como que dizia que criavam por que era possível (imagine-se onipotente, o que você faria no vazio infinito da realidade?), pergunte aos artistas, por que eles criam, aos escritores por que escrevem, aos compositores por que compõe, aos pintores por que pintam? E como assim quem nos criou? Ninguém é obvio, sempre existimos, a noção de infinito é naturalmente incompreensível para vocês que medem tudo pela vida e morte que conhecem (afinal vocês mesmos dizem que são a medida de todas as coisas), para nós criadores é bastante entendível, simples e aceitável que nada veio antes nem depois de nós, a eternidade e o infinito são nossa realidade. Claro, existem os criadores artificiais, que são as criações mais que perfeitas que passam então a serem criadores elas mesmas, mas nunca se houve noticias disso, é apenas uma especulação de alguns criadores muito cheios de si, isso nunca aconteceu, e duvido que aconteça algum dia, de resto temos todos a mesma idade, e nunca presenciamos um nascimento.
terça-feira, 12 de julho de 2011
Idéias Notívagas
Sempre me perguntei como conseguiria na página de um livro criar o tão famoso "clima" para uma cena ou história, é fácil conseguir isso com sons e imagens, as musicas, os filmes, mesmo as fotos o fazem muito bem, mas como a monótona pagina igual a todas as outras, com mesma textura, cor, cheiro de todas as outras poderia fazer isso? Entendi então que não se "cria o clima", se convence quem lê, ou ouve, ou assiste, a criá-lo para si. Toda arte então é uma tentativa de convencimento, uma forma de domar o arbítrio alheio para fazer uso das presciências de cada um, de forma a criar-se o desejado. Por isso a arte está nos olhos de quem vê, e cada um vê de formas diferentes a mesma obra, e cada um decide se gosta ou não da mesma, cada um se permite em maior ou menor grau, das várias formas possíveis, se convencer ou não do que lhe foi proposto. E por isso o conhecimento faz parte da arte, só se convence a criar aquilo que já se conhece em parte, assim como a criatividade reside na permissividade do auto-convencimento, criativo é aquele que se permite criar, que se permite convencer do inimaginável até então.
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Prever o futuro é escolhê-lo (ou criá-lo).
quarta-feira, 1 de junho de 2011
O Egoísmo e O Altruísmo Sob o Ponto de Vista Evolutivos
Então, como eu sei que se for pra arrumar ele não vou postar nunca, vou postar ele como está mesmo e se as pessoas realmente gostarem eu me sentirei motivado a melhorar ele, logo... Comentem! Critiquem! Debatam! Me ajudem a evoluir minhas opiniões ok?
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MUITO INTERESSANTE...
FATO VERÍDICO
ele nunca reprovou um só aluno antes, mas tinha, uma vez,
reprovado uma classe inteira.
Esta classe em particular tinha insistido que o socialismo
realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico,
tudo seria igualitário e 'justo'.
O professor então disse: "Ok, vamos fazer um experimento
socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas
nas provas."
Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e
portanto seriam 'justas'. Isso quis dizer que todos receberiam as
mesmas notas, o que significou que ninguém seria reprovado. Isso
também quis dizer, claro, que ninguém receberia um "A"...
Depois que a média das primeiras provas foi tirada, todos
receberam "B". Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os
alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o
resultado.
Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram
ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma.
Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles
também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Portanto,
agindo contra suas tendências, eles copiaram os hábitos dos
preguiçosos. Como um resultado, a segunda média das provas foi "D".
Ninguém gostou.
Depois da terceira prova, a média geral foi um "F".
As notas não voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças
entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer
parte da atmosfera das aulas daquela classe. A busca por 'justiça'
dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações,
inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela
turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para
beneficiar o resto da sala.
Portanto, todos os alunos repetiram o ano... para sua total
surpresa.
O professor explicou que o experimento socialista tinha falhado
porque ele foi baseado no menor esforço possível da parte de seus
participantes.
Preguiça e mágoas foi seu resultado. Sempre haveria fracasso
na situação a partir da qual o experimento tinha começado.
"Quando a recompensa é grande", ele disse, "o esforço pelo
sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós. Mas quando o
governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem
seu consentimento para dar a outros que não batalharam por elas,
então o fracasso é inevitável."
"É impossível levar o pobre à prosperidade através de
legislações que punem os ricos pela prosperidade. Cada pessoa que
recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber. O
governo não pode dar para alguém aquilo que não tira de outro
alguém.
"Quando metade da população entende a ideia de que não
precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá
sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais
a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao
começo do fim de uma nação.
É impossível multiplicar riqueza dividindo-a."
Adrian Rogers, 1931
Ou quem disse o quanto cada trabalho vale? Um lixeiro que trabalha varias horas por dia, num serviço insalubre e perigoso, ganha quantidades infímas, enquanto um deputado que quase não trabalha e NÃO precisa ter um nível maior de instrução (logo nem esforço intelectual foi exigido) ganha fortunas. Nem pela importância social é medido esse valor. Pois pode existir e passar bem uma sociedade sem deputados, mas não vivemos 1 mês sem lixeiros. Seria tão injusto e errado, dar 10% daquela comida em excesso na mesa do deputado ou do filho de medico, que iria inevitavelmente para o lixo, para alguém que nada tem?
Ou seja, em um exemplo pratico, atualmente se gastam verdadeiras fortunas em segurança (alarmes, guardas, condomínios fechados, carros blindados, etc) e ainda sim, ninguém se sente seguro, e de fato ninguém está seguro. Se essa fortuna gasta em segurança fosse gasta por exemplo em educação, e voltada para ao invés de criar muros para manter os "invasores" longe fosse para tornar esses "invasores" seres produtivos da sociedade, que não querem (pois foram educados e instruídos com moral e ética) e não precisam (pois têm perspectivas de vida, possibilidades reais, e necessidades supridas) roubar, não seriam necessários os muros, e se sentiria a real paz e segurança, além de se viver numa sociedade mais desenvolvida, de não precisar se trancar em condomínios e olhar pelas grades (como se fosse você o criminoso) para um mundo feio, sujo e desagradável aos olhos. Esse mesmo ser que morre e fede moribundo às margens do seu quintal poderia ser o medico que descobre a cura para o câncer da sua esposa, ou o professor que inspira seu filho.
Luiz Felipe Reversi.
Estou Editando a postagem para adicionar dois vídeos que eu acredito que complementam belissímamente o que eu disse, e também para comunicar que ainda tenho muito o que dizer sobre tudo isso, tantos argumentos vazios do e-mail original que faltam apontar,e muito ainda há de se complementar. Porém o post já está demasiado grande e duvido que muitas pessoas tenham lido até aqui, por isso vou me abster de mais argumentação, entretanto se alguém quiser pode comentar algo e eu vou complementando na forma de respostas aos comentários abaixo do post. Obrigado
Divagações e Premissas
Bem, estou a tanto tempo sem postar nada aqui que já nem sei como começar um post...
É faz muito tempo que não posto, eu sei, mas não reclamem a culpa é totalmente minha e reclamar de nada adianta, alias, nem sei pra quem eu estou falando, alguém realmente ainda lê meu blog (e se incomoda se eu não postar nada)? [se alguém ainda lê pode deixar um comentário dizendo que sim ok, quem sabe me estimula a postar mais]
Certo, mas de qualquer forma tenho a leve sensação que devo uma explicação para uma audiência inexistente, então vamos lá:
"Não é o tédio a doença do aborrecimento de nada ter que fazer, mas a doença maior de se sentir que não vale a pena fazer nada" (Fernando Pessoa, Livro do desassossego).
"Não suportamos viver sem algum tipo de conteúdo que possamos ver como constituidor de significado. A falta de sentido é entediante"
"Para ser capaz de se entediar, o sujeito deve ser capaz de se perceber como um indivíduo apto a se inserir em vários contextos de significado, e esse sujeito reclama significado do mundo e de si mesmo. Sem tal demanda não haveria tédio". (Lars Svendsen, Filosofia do Tédio).
E agora sem mais, aproveitarei e tentarei fazer algumas postagens "sob encomenda". Já que isso é de fato construidor de algum significado.
domingo, 3 de abril de 2011
Adão
sábado, 26 de março de 2011
The Suicide Club
Capitulo 3 - Colateral
ou
Efeitos Podem Variar
Me sentia enjoado, as luzes feriam meus olhos, tudo estava embaçado e minha cabeça pesava. Estava dopado. Queria saber onde estava, mas nem que quisesse mais que tudo poderia levantar-me para olhar ao meu redor, e nem tinha o beneficio do raciocínio claro para me ajudar. Vi uma figura embaçada próxima a mim, não poderia dizer muito sobre ela, mas era loira, e bonita, lembro ao menos isso pois já a tempos que não considerava ninguém “bonita”, chamou por alguém, que não tão prontamente respondeu. Para minha infelicidade a figura bonita foi dispensada, e a outra que tomou seu lugar era menos delicada, me examinava sem cerimônia, era médico, moreno, barbado, cansado, pouco mais posso dizer. Senti uma pressão em meu ombro, nessa altura já me sentia um pouco mais lúcido, mas ainda sim podia sentir apenas a pressão, mal sentia o toque, que pelo que parecia era bem forte e pouco apropriado.
– Então enfim acordou? Não administrei muita coisa achando que seria rápido, mas você pelo jeito é bem lento. – Senti repulsa. Era medico, moreno-grisalho, mal-barbado, acabado, que se achava engraçado, responsável pela minha “saúde” no momento.
– Quando vou ter alta? Falei com pouco gosto com a boca seca e colada.
Ele soltou um riso seco e curto que não me agradou nem um pouco.
– Você sabe por que está aqui certo, e nós também sabemos, então não será tão logo quanto você ou nós quisermos. Ainda tem que passar por muita avaliação psicológica amigo. – Eu não era amigo dele, gostaria de ter algo no estomago para ter vomitado naquele instante. Estava doente, e me tornara uma pessoa amarga.
- Então – Ele me interrompeu em meus pensamentos amargos de como fazê-lo sentir dor – Mas podemos dar um jeito nisso – Meu animo quase aumentou um pouco – Posso te tirar daqui ainda hoje, talvez amanhã, mas vai sair em um saco plástico, direto pro necrotério, é isso que você quer, não é?
O teria agredido, poderia tê-lo quebrado um membro ou dois, mas ainda tinha poucos movimentos e queria sair dali, não cairia nos artifícios de um psiquiatra fracassado da ala dos suicidas do Hospital de Base, agora podia reconhecer as paredes verde descascadas.
– Não quero morrer, só andei lendo muito Schopenhauer – Ele me interrompeu ignorando o esforço que eu ainda tinha de fazer para falar com clareza.
– “O único conhecimento que o homem obtém é que a vida é sem sentido” – Não era Schopenhauer, havia citado Tolstoy, estava próximo ao meu limite, continuou com suas paráfrases como se fossem suas palavras – Milhões de livros sobre tudo que é assunto escritos por grandes mentes. E ninguém sabe mais do que eu sobre as grandes perguntas da vida. Eu li Sócrates. Ele transava com garotinhos gregos. O que pode me ensinar? E Nietzsche com sua Teoria da Recorrência Eterna. Disse que vivemos a mesma vida repetidamente por toda a eternidade. Que beleza! Vou ter que ver meu analista de novo. Como se já não houvessem pessoas e livros o bastante tentando me ensinar como viver minha vida. Não vale a pena! Freud, outro grande pessimista. Fiz análise durante anos. Nada aconteceu. Meu analista ficou tão frustrado que abriu um restaurante. Veja essa gente toda correndo. Tentando impedir o inevitável definhamento do corpo, e ainda tenho colegas cirurgiões plásticos, sabe como isso é? É tão triste o que as pessoas passam – Disse em duplo sentido, como se falasse de uma forma de tristeza para as Pessoas e outra, bem particular, em outro nível, somente para ele. E complementou como bom plagiador que era – Talvez os poetas estejam certos e o amor seja a única resposta. – Mas ele tinha um ponto, não podia deixar de concordar, não podia deixar de me surpreender levemente.
– Você pode ir, vou assinar os papeis da sua alta. – Me estendeu um pequeno pedaço de papel – Se quiser encontrar outras pessoas como você para conversar.
Deu meia volta e foi embora com meu prontuário me deixando atônito.
domingo, 9 de janeiro de 2011
Sobre Deus, O Medo e O Poder
No inicio Deus caçava seu alimento, pela poeira cósmica de éter, abundando possibilidades. Donde este tivera seu berço, e como o embrião com seu vitelo, nutria-se. Mas com o tempo, insaciável e nédio, passou a domesticar e cultivar seu alimento. Os seres humanos e suas almas, alimentos de Deus, e concentrados da vontade pura do universo e seu caos, contudo, eram bastante difíceis de serem domesticados. Rebeldes e gananciosos não aceitavam seu destino e roubaram de deus seus bens mais preciosos, o Conhecimento, simbolizado pela maçã, e a Imaginação, representada pelo livre arbítrio. Deus então para controlar o Homem e proteger-se, bem como vingar-se, criou o Medo, que limitava o ser humano em sua imaginação e conhecimento e era a única arma que podia cercear a gana inexorável a seus víveres. O medo com o tempo tomou conta da alma do homem, que Deus deglutia. Este então intoxicado com sua própria cólera tornou-se ainda mais amargo e rancoroso. Não Onipotente como era, tornou-se velho, não Onisciente como era, tornou-se cego, não onipresente como era abandonou a todos.
Certa vez porém, um jovem descobriu as raízes do medo, sua origem, sua fonte, sua historia e seu significado e em posse disto, um dos fragmentos estilhaçados do tesouro do conhecimento de deus, partido na fuga do homem e na vingança de seu senhor, pode driblar o pavor e exorcizar o horror de sua alma. Esta, então pura, pode libertar-se das rédeas coléricas de deus e abraçar o conhecimento e liberdade que o universo oferecia infinitamente. Naquele momento, o jovem no meio do campo úmido de sereno, pequeno como uma gota d’água, olhou para cima e viu o olho de deus olhando furioso para ele. Sentiu por um segundo todo asco de deus pela humanidade apenas em si. O homem então olhou de volta para seu antigo senhor e simbolizou tudo que era tesouro dele em um olho, negro e dourado por vezes, violeta por outras, e olhou de volta, dentro do olho de deus, e lá encontrou o Medo, sua casa e suas amarras, e então adquiriu um poder limitado apenas por seu conhecimento e imaginação, o poder de deus, o poder de criar realidades.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Especulação afetivo-amorosa
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Esquecimento Indolor de Uma Carta à Mim
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Um Texto de humor disfarçado, com dois dedos quebrados.
I miss her...
I miss her a lot...
I wish you were here… Agony…
Não sei por que terminamos como terminamos. Foi assim tudo tão rápido, uma hora nem estávamos, na outra, não estávamos mais. Talvez tenha perdido a habilidade de fingir interesse nos poucos assuntos banais e cotidianos que tínhamos em comum. Seria isso? Teria ela percebido isso? Mas, percebendo isso como não perceberia meu fascínio com o movimento de sua boca? Isso sim me interessava, me atraia, a dança de seus lábios enquanto falava, enquanto sussurrava, murmurava, beijava meu corpo. Não havia ritmo, ou padrão, era sempre uma surpresa.
Eu me recusava a admitir, ou mesmo até a perceber a influencia dela sobre mim, simplesmente não acreditava, por mais obvio que fosse. Meu jeito de vestir, de andar de falar, não são mais os meus, são os dela, os que ela quisesse que fossem e foram. Mesmo agora, em meu guarda-roupa mais sóbrio, no tom das paredes do meu quarto, que agora é mais escuro e mais sombrio. (Deveria ter trocado a lâmpada.) Ainda os desgosto gostando, como o faço com ela. Ainda a gosto desgostando, e gosto agora de não gostar, gosto agora do que não me gosta, daquilo que não gosto, daquilo que me faz sofrer.
Tudo que era e que fosse, mudança ou permanência qualquer tinham sentido, mas nada mais depois disso. Qualquer mudança agora é vã, qualquer permanência seria uma antiga mudança guardada, e vã também seria. Estou num hiato estranho de existência. Sendo o que seria, não sou mais. Me incomoda o sono, o esporte, o descanso e o trabalho. Me é incomodo escovar os dentes após as refeições sem ela, fazer a barba no banho sem ela, passar as roupas para não vestir ou despir sem ela. A vida é vã, pensando ou não nela e nela.
Por quantas garotas gastei linhas? Quantas garotas gastarem por mim linhas? Quantas garotas no mundo me importariam se gastassem ou não linhas, se foram ou não gastas, usadas, compradas, vendidas, amadas, desamadas, desalmadas uma vez ou outra ou sempre? Por que sempre uma garota? Por que sempre uma garota é a garota? Por que tantos porquês e tão pouco álcool? Taça e meia de champanhe, conhaque e vinho com ou sem gelo, com ou sem ela, resolvem ou não.
O rosto que vejo no espelho é feio. É feito de muita ausência, é cansado e pouco cuidado. Estou com dois dedos quebrados, disse e fiz, que cada vez que fosse escrever aquela palavra, quebraria um dedo para não fazê-lo. Dito e feito, conclui que terminaria sem dedos. Já estou a pouco de perder o emprego que não quero mais, estou ainda mais a pouco de largá-lo. Ás vezes esqueço por que trabalho, acho que trabalhava para viajar. Não viajo mais por que trabalho. As vezes esqueço que trabalho em casa e que sou meu próprio patrão.
Não quero mais viajar, não gosto mais. Não gosto mais de muita coisa que nunca gostei. Perdi meus gostos emprestados. Pedi desgostos emprestados. Imprestável fiquei. E depois de tanto tempo, esqueci dela, e não disse o que disse que não diria. Ela teria me chamado de bobo, e completaria que a mais boba é ela. Nunca me pareceu assim.
Costumava ter amigos? Haviam amigos meus e amigos nossos, os meus se tornaram nossos também com o tempo, os dela, dela, os nossos, nossos, mas no fim, nenhum meu. Não me incomoda tanto, poderia ter amigos se quisesse, mas não tenho mais vontade de sair, de comemorar, de torcer, nem de nada que se faça com amigos. Não quero ser voyeur de alguém qualquer. Não quero predizer o sucesso ou fracasso que sentir, e ninguém quer ouvir isso de mim também.
A maçaneta da porta gira devagar, ela entra trazendo a janta. Sorri para mim e pergunta se havia demorado, se estou com fome. Acho que exagerei, 45 minutos para buscar a comida não significam ser abandonado. (Quanto tempo ou quanta dor caracteriza um abandono?) Sou mesmo bobo como ela diz, e diz que gosta, mas espero a bronca de quando ela ver meus dois dedos quebrados.
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
A Fera Que Gritou “Mundo” No Meu Coração
sábado, 21 de agosto de 2010
sábado, 24 de julho de 2010
July
Não é necessário por tanto que eu aponte de forma explicita então quando ou onde. Por alguns dos meus dizeres podem apreender isso por vocês, assim como já dito com julhos quentes pode-se imaginar algum lugar ao hemisfério norte ou distante dos pólos. Vou me contradizer por vez ou outra, mas é de fato por que isso não importa realmente. Alguns poderão se sentir a deriva nos adjetivos e substantivos sem sujeitos, mas logo hão de se acostumar.
Sobre Julho, me pergunto o que dizer. Não tenho pouco, mas quero evitar a minúcia do descrever, e por hora pelo menos me perder um pouco na metalinguagem. Cogito as paixões de julho, as mortes de julho, os nascimentos em julho, e o nascimento de julho.
Pessoalmente acredito que julho tem dois nascimentos. O nascimento para o mundo, e o nascimento para mim. Obviamente ambos grandiosos. Mas para mim foi assim, mais que épico e suave como uma de suas brisas de verão.
Poderia perder preciosas paginas descrevendo a cor dourada daquele mês, seu calor, seu cheiro. Poderia comparar as coisas com os campos de trigo aureo ondulando ao roçar do vento. Mas não importa, e não quero tirar o foco do resto, que já é tão difícil de encontrar.
Para mim então foi sempre julho, não importasse mais a época do ano. Meus feriados eram sempre os mesmos, eram sempre ela. Não importava quão longe meus pensamentos vagavam, estavam sempre ali, e se passavam para além daquela fronteira sutil e radiante, tornavam vagos e esvaneciam.
Não podia pensar sequer que já havia me preocupado com a morte. Tudo era tão aconchegante, tudo era tão quente que não se podia pensar em algo assim. Todo o gelo de todas as almas lá derretia. Lá, no meu julho-lugar. Que mais que um tempo, que mais que um local, era o estado de nossas almas em ressonância.
sexta-feira, 30 de abril de 2010
Adeus à Espanha
terça-feira, 27 de abril de 2010
Requiem for Thanatos
Memento Mori
Desci o máximo possível para qualquer mortal e um pouco mais alem, cruzei as portas da vida, e abandonei toda a fé e esperança. Abandonei meus sentidos, me desfiz por completo, e antes imerso no medo liquido que me circundava, passei a fazer parte dele. Senti os timbres graves e agudos, os cantos de toda a humanidade passada, todos os gritos de guerra e choros de mães, e aos poucos comecei a compreender tudo, vi a linha da vida se tecer em minha frente, vi seu começo, seu fim, sua matéria prima, e seu criador. Passei a me dissipar por este universo verdadeiro e a fazer parte de tudo, e ao fazer parte, compreendia. Não seria possível beleza maior, não haveria até então e nem para alem do fim dos tempos qualquer forma de descrever a beleza Pura que gotejava no oceano da Verdade. Que mesmo Deus seria incapaz de reproduzir ou descrever. À essa altura não tinha mais ambições de voltar, já sabia então todos os mistérios dessa vida e de muitas outras, e nada mais me prendia, evolui minhas vontades e instintos para o da própria essência imaterial da grande Verdade que existia. Seguia o fluxo do saber etéreo, sabia seu fim, sabia tudo, e sabia que não havia necessidade de julgamento, não era então mais preciso saber se eu gostava disso ou não, já que inicialmente nem “eu” havia mais. Eu havia crescido, evoluído, agora já nem tangível minha essência era mais, e nenhum sentimento me permeava. Não imagino coisas como dantes faria, não cogito a dolorosa pena e pesar para com o resto da existência, nem as possibilidades de outros terem feito como eu, ou se há de fato algo mais a se saber. Se fosse parte de mim antes, acharia graça, mas não há mais isso, nem necessidade nem vontade. Sei de tudo isso, e mesmo que me engane, não importa, agora já não escrevo como um ser, referencia diferencial perdida em palavras, seria assim minha existência agora. Mas certamente compreendo que a existência é uma limitação que a muito ficou para trás. Agora fecho os olhos e cortinas da infinitude e passo a simplesmente a não ser, como agora sempre fui.
domingo, 18 de abril de 2010
Flames
Abro meus olhos com um sorriso no rosto, e decido que essa noite será boa, excepcionalmente boa. Diferente de tudo que tem sido e que acreditam que será. Vou acender a noite com fogo, vou dançar chamas, sorrir o tempo todo e rir sempre que possível, e acreditar que pode ter mais no mundo do que eu preciso, celebrar a isso. Pois eu posso! Eu sei que posso. Vou gritar com a voz rouca palavras de amor e grandeza, vou transcender a mim ao fazer corações brilharem, vou me propagar alem da existência, e vou ficar feliz pela beleza do apagar da minha chama mais do que triste pelo seu fim, vou ser fênix e cinzas da humanidade, vou inflamar espíritos incitar lutas pacificas e guerras indolores por coisas melhores e maiores, por causas belas e pela evolução, vou criar vitorias e inspirar verdades. Farei essa noite durar semanas e valer por séculos, serei eterno só hoje e vou cantar canções com o mundo, e vamos marchar adiante, deixaremos um rastro de fogo gentil chamado vida e andaremos como um, com passos de gigante para além da lua sem medo de onde pisar, sem medo de falhar. Hoje e somente hoje a noite será dia, e apertaremos os olhos, sem medo de fechá-los, respiraremos esse novo ar, e assoviaremos marchas de esperança banhados em temperança e amando sempre. Hoje e só hoje não terei pesar em dizer adeus, e irei brilhar como a estrela guia, e me sentirei feliz por ir com tanta graça, por secar as lagrimas de uma humanidade flagelada que se cura com o calor irradiado pela minha reação em cadeia. Hoje e somente hoje dormirei meu ultimo sono aconchegado e sonhando feliz com tudo aquilo que passou, com tudo aquilo que fui e que sou, e o incêndio implacável da vida que me tome por matéria prima e me faça feliz por ser útil a tudo que é maior que eu.
terça-feira, 30 de março de 2010
War
Uma baixa atrás da outra...
...algo que nos faz dormir mal à noite, como um mosquito que nos perturba, algo que mantém ao menos um de nossos olhos sempre abertos, mesmo no escuro. E por falar em escuro, este parece ubíquo, onipresente, como se antes restrito à noite, e atrelado a ela, ele galgasse por entre as horas sorrateiramente, e mesmo sob o sol de uma tarde amena de verão, nos faz sentir cegos, perdidos, desolados e distantes. Nos consome, pois, assim como no escuro que não se pode ver o horizonte ou o que nele há, quando dá de encontro conosco nos assusta e surpreende, as coisas ocorrem, imprevisíveis, quase inimagináveis, ou até incompreensíveis, tão repentinas nos aparecem, como numa manha folgada de domingo, um telefonema, poucas palavras, um nome dito, um segundo de silencio, e um amigo, um bom amigo, nos deixa aqui, neste mundo, nos deixa às saudades e mágoas, aos pesares e tristezas, e ao temor, de que talvez não tenhamos nem a nós mesmos depois de tudo.
Gente indo, muitos indo, poucos retornando, assim, muitas vezes, sem adeus, sem pesar, como se não parecesse verdade, ou como se não importassem. Põem em duvida as únicas certezas que temos, nas pessoas que amamos, e das coisas que tememos. O vazio das promessas e das memórias nos assombra, e os motivos que nos levaram a onde estamos parecem tolos. Nada parece ter valido a pena, e o arrependimento nos abate, e não nos deixa descansar, faz-nos cogitar o antes impensável, e trair a nós mesmos e nossos ideais, abandonar as memórias e os sonhos, os verdadeiros, os puros e singelos, os únicos que nos trariam a única coisa que poderíamos chamar, sem ter que hesitar ou sentir remorso, de “Felicidade”, coisa que não acreditamos mais que existe, assim como os amigos ou as promessas. Não temos mais esperanças de encontrar tais coisas, como o amor ou a amizade, tentamos então satisfazer apenas o imediato, saciar a fome, a libido, sanar a dor, a necessidade, e para isso deixamos de nos orgulhar de nós mesmos, e passamos a fazer parte da grande massa cinzenta, a qual, juntos ao por do sol juramos a muito tempo, junto a muitas outras coisas, nunca fazer parte, nunca perdermos a cor, nunca esquecer, nunca se separar. Mas aqueles que ainda não se foram, prontamente nos abandonaram, nos esqueceram, por vários motivos e nenhuma razão, buscando também saciar o imediato, e ficamos aqui pensando, se os que nos fizeram chorar, ao menos os primeiros, antes de ficarmos frios demais pra isso, por terem terminado os seus dias, os tivessem ainda hoje, também não teriam nos ferido, jogando-nos no esquecimento de seu ser, e com esses pensamentos, nos forçamos a esquecer destes também.
E assim nossos dias se arrastam cada vez mais escuros, cada vez com menos sorrisos sinceros, amores verdadeiros, e promessas absurdas, que mesmo sabendo que jamais seriamos capazes de cumprir, as fazíamos de todo o coração. A todo tempo estamos atentos, vemos inimigos em cada sombra, e esperamos traição mesmo de quem diz que nos ama. Não confiamos mais em ninguém, nem em nós mesmos, e sentimos o ar sempre pesado, e parecemos esperar a qualquer momento, um fim, como um carta, uma convocação para guerra, a mesma que nos tomou tudo que tínhamos um dia, a mesma que levou os amigos de outrora, esperamos que a qualquer momento também nos leve e vele por nós, na falta completa de alguém que o faça. E assim terminamos, com as honras e medalhas, das inúmeras batalhas, de contas bancarias, carros na garagem, nomes de dezenas de mulheres na agenda, a nenhuma delas, nenhum amigo, ninguém guardando sua memória, ninguém presente, para admirar as medalhas reluzentes, ninguém para velar sobre o obelisco de mármore com um nome gravado, que jamais será lembrado.
A partir de hoje, eu serei ou o rei que você tenta derrubar, ou o parasita que você tenta esmagar...
O grande problema, e é a parte que lhe toca, é que em ambas as hipóteses, você irá falhar, e isso sim será novo para você... ”
•••... E como eles dizem nas terras que nunca visitei, como um prelúdio para dar o tom cômico-dramatico,... 3AM, sem sono, em frente ao monitor do computador, com a tela como uma folha em branco. Ela já está assim a dias, muitos dias, muitos mais que o habitual, parada, estática, calma, e vazia, um espelho, nada mais, do interior daquele que a confronta durante todos esses dias... em situações semelhantes, - (não que estas fossem comuns, nem que não as fossem, ocorriam apenas na medida certa, se é que há medida certa para isso que alguns podem definir como “hiatos criativos”, embora não seja esta uma definição muito própria para este caso, criatividade nunca havia lhe faltado, sua carência era de outra coisa, algo muito mais difícil de se descrever, de se colocar em palavras, ou de se encontrar alguém que compreenda, ou que sequer reconheça sua existência, mas sem nos adiantarmos agora em reflexões, com apenas poucos fatos para nos apoiarmos, como um ser mirando seu próprio vazio) - é quase certo que uma inquietação tomaria pouco a pouco este ser contemplativo, e assim, o faria preencher com a mesma, a tela vazia, ou no mínimo, o afastaria dela. Coisa que entretanto, não ocorre, a esperada inquietação não vem, muito menos a “criatividade” que supostamente lhe poderia falhar, e nem nenhuma outra sensação, nada toma seu corpo para si, nada o impele, nada o abala, permanece de certa forma impassível, enquanto as horas e os dias se arrastam, a um olhar superficial, parecia extremamente normal, satisfazia suas necessidades imediatas como sempre, quando sentia fome, comia, quando sentia sono dormia, quando era convidado, saía, e passava algumas horas agradáveis com pessoas que momentaneamente o faziam sorrir, ou até mesmo se divertir, e aparentemente abalavam seu vazio perpetuo, embora na realidade, não o fizessem, nada conseguia traspassar sua pele, e de forma alguma abalar o seu vão interior, e sempre, satisfeitas as condições que o retiravam de seu estado inicial, à este ele retornava, como se esperasse alguma coisa, com muita paciência...
Cocoro
Haviam muitas coisas e muitas pessoas, mas naquele lugar, haviam poucos corações. Aliás, pouquíssimos, e tentando não ser presunçoso, alem do meu, admitindo que possuía àquela altura um coração, talvez houvesse apenas mais um, um coração estranho e quebrado, mas ainda sim, um coração.
Este outro coração, alem de estranho e quebrado, ainda era cego, e tolo, e de tão cego e tolo, desconhecia até sua própria existência, e assim, jamais se sentia sozinho. Embora, considerando agora o pecado do meu exagero ao dizer a proibida sentença do “jamais”, retifico-me. Sentia-se vazio e sozinho sim, nos momentos em que todas as muitas coisas e pessoas que o cercavam tinham sua sagrada pausa e se ausentavam de todo o mundo externo para voltarem-se para si mesmos, no descanso que todas as maquinas burocráticas e sem coração precisam. (Vulgo, Noite de Domingo.)
Nesses momentos de solidão, sentia-se como abandonado num quarto escuro, enquanto todos iam fazer uma coisa da qual ele não era capaz, como dormir, e assim, achava-se incapaz, e inferior a todo o resto, e quando isso acontecia, sua temperatura diminuía ainda mais, pois assim como todo o coração, até mesmo os quebrados, ele tinha uma chama que queimava em si, porem sua chama era fraca e gelada, sendo assim era, quase a todo instante, um coração frio.
Por ser frio, e por corações terem uma quase inexplicável e extrema dificuldade em sobreviverem no frio, ele fazia de tudo para estar rodeado pelas pessoas e coisas, e assim pegar um pouco do calor que estes autômatos dissipavam com suas resistências e atritos.