quarta-feira, 1 de junho de 2011

O Egoísmo e O Altruísmo Sob o Ponto de Vista Evolutivos

Bem, aqui segue um e-mail que eu já fiz a algum tempo, em resposta a um outro que meu primo me mandou. O e-mail original que eu recebi está escrito primeiro logo abaixo, e mais abaixo, sob ele, minha resposta, estou agora postando ela para que possam conhecer um pouco do que eu acredito. E como um amigo meu já bem disse, "ser exemplo é o melhor que você pode fazer", e como não tenho sido um tão bom vou tentar com esse e-mail o ser pelo menos um pouco, espero passar ao menos um pouco de inspiração à vocês.

A idéia era postar ele desde o início, mas como foi um e-mail resposta, feito às pressas no calor do momento e tudo mais, não ficou lá muito bom, então eu iria melhorar ele, reescrever, editar antes d postar aqui, e por isso não postei até hoje (sim, sou um tanto preguiçoso, admito!)

Então, como eu sei que se for pra arrumar ele não vou postar nunca, vou postar ele como está mesmo e se as pessoas realmente gostarem eu me sentirei motivado a melhorar ele, logo... Comentem! Critiquem! Debatam! Me ajudem a evoluir minhas opiniões ok?

E Aqui vai o e-mail de corrente original:
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From: [Content Suppressed]

MUITO INTERESSANTE...
FATO VERÍDICO

Um professor de economia na universidade Texas Tech disse que
ele nunca reprovou um só aluno antes, mas tinha, uma vez,
reprovado uma classe inteira.
Esta classe em particular tinha insistido que o socialismo
realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico,
tudo seria igualitário e 'justo'.
O professor então disse: "Ok, vamos fazer um experimento
socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas
nas provas."
Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e
portanto seriam 'justas'. Isso quis dizer que todos receberiam as
mesmas notas, o que significou que ninguém seria reprovado. Isso
também quis dizer, claro, que ninguém receberia um "A"...
Depois que a média das primeiras provas foi tirada, todos
receberam "B". Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os
alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o
resultado.
Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram
ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma.
Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles
também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Portanto,
agindo contra suas tendências, eles copiaram os hábitos dos
preguiçosos. Como um resultado, a segunda média das provas foi "D".
Ninguém gostou.
Depois da terceira prova, a média geral foi um "F".
As notas não voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças
entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer
parte da atmosfera das aulas daquela classe. A busca por 'justiça'
dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações,
inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela
turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para
beneficiar o resto da sala.
Portanto, todos os alunos repetiram o ano... para sua total
surpresa.
O professor explicou que o experimento socialista tinha falhado
porque ele foi baseado no menor esforço possível da parte de seus
participantes.
Preguiça e mágoas foi seu resultado. Sempre haveria fracasso
na situação a partir da qual o experimento tinha começado.
"Quando a recompensa é grande", ele disse, "o esforço pelo
sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós. Mas quando o
governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem
seu consentimento para dar a outros que não batalharam por elas,
então o fracasso é inevitável."
"É impossível levar o pobre à prosperidade através de
legislações que punem os ricos pela prosperidade. Cada pessoa que
recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber. O
governo não pode dar para alguém aquilo que não tira de outro
alguém.
"Quando metade da população entende a ideia de que não
precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá
sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais
a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao
começo do fim de uma nação.

É impossível multiplicar riqueza dividindo-a."
Adrian Rogers, 1931
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[Só um comentário, para mim é preferível a extinção dessa raça egoísta da forma descrita por Adrian Rogers, do que a sobrevivência de poucos sob o manto da desigualdade e injustiça, antes a destruição de uma nação do que uma supostamente próspera erguida sobre o flagelo da maioria, e o assassínio da dignidade alheia de tantos. Os fins NÃO justificam os meios.]

Agora, minha resposta:

É, mas o problema é quando 80%~90% trabalham, e 10% ficam com a riqueza.

Agora eu pergunto, se um filho de médico, que teve sua vaga comprada em uma universidade, que ao sair ganhou tudo dos pais, entrou trabalhando na clinica montada pelo pai, que não é qualificado para exercer a profissão, que sai impune de seus erros pelo nome e patrimônio que tem, é justo? Se alguém tem em sua mesa mais do que é capaz de consumir (já é obeso por isso), e a 30 metros de sua casa mora um homem, em baixo de uma ponte, por não ter tido pais, por não ter tido acesso a educação, por não ter tido oportunidade de emprego (quem contrataria alguém sujo e sem educação e formação nenhuma, mesmo que não seja culpa dele, mesmo que seja um ciclo, mesmo que ele não tenha roupas limpas pois não tem emprego, e não tem emprego por não ter roupas limpas), por não ter tido comida para se sustentar, morre de fome, ou frio ao seu lado, enquanto o filho de medico compra um insulfime mais caro para não ver o homem fedido se putrefazendo ao lado.

Ou quem disse o quanto cada trabalho vale? Um lixeiro que trabalha varias horas por dia, num serviço insalubre e perigoso, ganha quantidades infímas, enquanto um deputado que quase não trabalha e NÃO precisa ter um nível maior de instrução (logo nem esforço intelectual foi exigido) ganha fortunas. Nem pela importância social é medido esse valor. Pois pode existir e passar bem uma sociedade sem deputados, mas não vivemos 1 mês sem lixeiros. Seria tão injusto e errado, dar 10% daquela comida em excesso na mesa do deputado ou do filho de medico, que iria inevitavelmente para o lixo, para alguém que nada tem?

Bem, eu me dou o trabalho de tecer uma pequena teoria pessoal. Inicialmente irei explicitar alguns conceitos para sustentar meu ponto de vista.
Apomorfia é um caráter derivado, ou seja, uma evolução. Algo desenvolvido, e selecionado (provando-se assim superior, ou pelo menos melhor adaptado).
Plesiomorfia é exatamente o contrario, é um carater primitivo do qual algum se derivou.

Minha teoria é que o Altruismo (notem as maiúsculas alegorizantes por favor) é uma apomorfia. Ninguém nasce altruista, as pessoas aprender a serem altruistas. Uma criança quer tudo, quer mamar, ela quer atenção, quer as coisas do jeito dela, e chora e faz birra se não consegue. Ao crescer e amadurecer ela percebe que não é assim que as coisas funcionam, e que para viver em sociedade, deve-se ceder por vezes e ser equilibrado. Pois se continua a agir da forma que agia antes, terá resultados muito piores a um longo ou médio prazo. No nível de uma sociedade a coisa é parecida, só que obviamente, devido às proporções, há um "delay" muito maior, e a visibilidade dos fatos também.
Ou seja, em um exemplo pratico, atualmente se gastam verdadeiras fortunas em segurança (alarmes, guardas, condomínios fechados, carros blindados, etc) e ainda sim, ninguém se sente seguro, e de fato ninguém está seguro. Se essa fortuna gasta em segurança fosse gasta por exemplo em educação, e voltada para ao invés de criar muros para manter os "invasores" longe fosse para tornar esses "invasores" seres produtivos da sociedade, que não querem (pois foram educados e instruídos com moral e ética) e não precisam (pois têm perspectivas de vida, possibilidades reais, e necessidades supridas) roubar, não seriam necessários os muros, e se sentiria a real paz e segurança, além de se viver numa sociedade mais desenvolvida, de não precisar se trancar em condomínios e olhar pelas grades (como se fosse você o criminoso) para um mundo feio, sujo e desagradável aos olhos. Esse mesmo ser que morre e fede moribundo às margens do seu quintal poderia ser o medico que descobre a cura para o câncer da sua esposa, ou o professor que inspira seu filho.

O Egoísmo é plesiomorfico, é a característica de pessoas que não são capazes de ter uma visão além dos muros de seus condomínios.
O Altruismo é de certa forma egoista se formos ver, mas é um egoismo apomorfico, mais desenvolvido, mais próximo da perfeição para qual nós seres humanos seguimos e devemos sempre buscar, e que nosso telencéfalo desenvolvido pela evolução e seleção natural nos permite.
A educação deve acima de tudo nos orientar e nos dar a paz de espírito de poder confiar e contar com o próximo, para que possamos fazer nossa parte sabendo que o outro fará a dele. E se não pudermos ter essa segurança, então vamos batalhar para tê-la, e como Gandhi dizia, sejamos a mudança que queremos ver no mundo. (e pelo menos nós mesmos e nossos filhos que sigam essa idéia, pois uma pessoa pode sim fazer a diferença, como já foi provado tantas vezes durante a breve historia de nossa espécie).

Luiz Felipe Reversi.

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Estou Editando a postagem para adicionar dois vídeos que eu acredito que complementam belissímamente o que eu disse, e também para comunicar que ainda tenho muito o que dizer sobre tudo isso, tantos argumentos vazios do e-mail original que faltam apontar,e muito ainda há de se complementar. Porém o post já está demasiado grande e duvido que muitas pessoas tenham lido até aqui, por isso vou me abster de mais argumentação, entretanto se alguém quiser pode comentar algo e eu vou complementando na forma de respostas aos comentários abaixo do post. Obrigado

Divagações e Premissas

[Aviso: este texto não é interessante nem irá lhe acrescentar em nada, se não estiver extremamente curioso ou com a vida muito desocupada, não se dê ao trabalho de ler]

Bem, estou a tanto tempo sem postar nada aqui que já nem sei como começar um post...
É faz muito tempo que não posto, eu sei, mas não reclamem a culpa é totalmente minha e reclamar de nada adianta, alias, nem sei pra quem eu estou falando, alguém realmente ainda lê meu blog (e se incomoda se eu não postar nada)? [se alguém ainda lê pode deixar um comentário dizendo que sim ok, quem sabe me estimula a postar mais]

Certo, mas de qualquer forma tenho a leve sensação que devo uma explicação para uma audiência inexistente, então vamos lá:

Não, não foi por falta de inspiração, sem querer parecer prepotente (coisa que sou, e muito. Mas juro que tento melhorar) mas isso nunca me faltou realmente o problema é outro.
Não foi também por falta de algo para falar sobre, novamente sem querer parecer enfatuado, mas tenho vontade de escrever sobre tudo, de todas as formas possíveis, gosto das criticas e dissertações, das prosas e poesias, com ou sem métrica ou rima, simplesmente divagar e dialogar com você sujeito oculto e possivelmente inexistente, opinião geralmente não me falta, peco sempre pelo excesso, às vezes sou contraditório em mim de tanta opinião não digerida que sem querer absorvo (e disso não me orgulho, realmente me falta tempo para essa ruminação mental).
Mas então qual o problema? Tempo? Jamais seria justificativa alguma o tempo, por mais escasso que seja ele é sempre uma mera questão de prioridades, se existe alguém que é capaz de fazer tantas coisas quanto se pode numerar (e existe, a Ásia é cheia deles), então todos podemos.

Ok, agora você me diz, -cansei, não lerei mais daqui em diante, muito escreveu e nada concluiu.-
Calma, de tudo pode se tirar proveito, apenas é necessária a arte do garimpo, e como eu disse, gosto de divagar e é isso que estou fazendo se não lhe apetece, não deveria nem ter começado a ler e ponto, pare onde lhe convier, mas eu não pararei contigo.

Mas voltando, e agora sendo mais sucinto um pouco, posso simplificar os motivos de minhas ausências com a filosofia do tédio:

"Não é o tédio a doença do aborrecimento de nada ter que fazer, mas a doença maior de se sentir que não vale a pena fazer nada" (Fernando Pessoa, Livro do desassossego).


"Não suportamos viver sem algum tipo de conteúdo que possamos ver como constituidor de significado. A falta de sentido é entediante"
"Para ser capaz de se entediar, o sujeito deve ser capaz de se perceber como um indivíduo apto a se inserir em vários contextos de significado, e esse sujeito reclama significado do mundo e de si mesmo. Sem tal demanda não haveria tédio". (Lars Svendsen, Filosofia do Tédio).

Não é a falta de ter o que postar, mas sim não ver nada que valha a pena ser postado. Não é a falta de inspiração, e sim a dificuldade de encontrar significado que possa ser construído com ela.

Então explicado, pelo menos parcialmente (a parcela mais significativa eu garanto).

E agora sem mais, aproveitarei e tentarei fazer algumas postagens "sob encomenda". Já que isso é de fato construidor de algum significado.