terça-feira, 30 de março de 2010

“Bem Johnny, esse não é o fim do mundo... é apenas o fim do mundo como nós o conhecemos... e quer saber... por mim, tudo bem...
A partir de hoje, eu serei ou o rei que você tenta derrubar, ou o parasita que você tenta esmagar...
O grande problema, e é a parte que lhe toca, é que em ambas as hipóteses, você irá falhar, e isso sim será novo para você... ”


•••... E como eles dizem nas terras que nunca visitei, como um prelúdio para dar o tom cômico-dramatico,... 3AM, sem sono, em frente ao monitor do computador, com a tela como uma folha em branco. Ela já está assim a dias, muitos dias, muitos mais que o habitual, parada, estática, calma, e vazia, um espelho, nada mais, do interior daquele que a confronta durante todos esses dias... em situações semelhantes, - (não que estas fossem comuns, nem que não as fossem, ocorriam apenas na medida certa, se é que há medida certa para isso que alguns podem definir como “hiatos criativos”, embora não seja esta uma definição muito própria para este caso, criatividade nunca havia lhe faltado, sua carência era de outra coisa, algo muito mais difícil de se descrever, de se colocar em palavras, ou de se encontrar alguém que compreenda, ou que sequer reconheça sua existência, mas sem nos adiantarmos agora em reflexões, com apenas poucos fatos para nos apoiarmos, como um ser mirando seu próprio vazio) - é quase certo que uma inquietação tomaria pouco a pouco este ser contemplativo, e assim, o faria preencher com a mesma, a tela vazia, ou no mínimo, o afastaria dela. Coisa que entretanto, não ocorre, a esperada inquietação não vem, muito menos a “criatividade” que supostamente lhe poderia falhar, e nem nenhuma outra sensação, nada toma seu corpo para si, nada o impele, nada o abala, permanece de certa forma impassível, enquanto as horas e os dias se arrastam, a um olhar superficial, parecia extremamente normal, satisfazia suas necessidades imediatas como sempre, quando sentia fome, comia, quando sentia sono dormia, quando era convidado, saía, e passava algumas horas agradáveis com pessoas que momentaneamente o faziam sorrir, ou até mesmo se divertir, e aparentemente abalavam seu vazio perpetuo, embora na realidade, não o fizessem, nada conseguia traspassar sua pele, e de forma alguma abalar o seu vão interior, e sempre, satisfeitas as condições que o retiravam de seu estado inicial, à este ele retornava, como se esperasse alguma coisa, com muita paciência...

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