terça-feira, 19 de julho de 2011

Bóris, O Criador

Uma fenda se abre no meio da Ásia, num lugar remoto, instrumentos de navegação por todo o globo sofrem interferência, só é encontrado um homem no local. Um velho ranzinza que se autodenomina O Criador.

A fenda leva a um mundo medieval, os homens que a exploraram não sabem dizer ao certo qual a localização espaço-temporal da mesma.

- Tolos – Exclama o velho – Não é uma fenda pro passado, as fendas temporais são unilaterais, não se pode retornar ao passado por elas, só se avança ao futuro, do contrario a realidade entraria em colapso. Aquilo que vocês vêem ali é outro universo.

O velho era o criador de vários universos, 42 para ser mais exato. Era portanto um criador. Em cada um de seus universos era também Deus, mas não no nosso, este ele não havia criado, e aqui era apenas um velho.

Os outros criadores competiam de certa forma em suas obras, estes criadores tinham diversas formas, alguns não tinham forma nenhuma, o que às vezes era bem conveniente, por assim poderem ser onipresentes, mas se perdessem a Consciência deixavam de ser criadores, ou seja morriam, e passavam então a se tornar leis. Como a gravidade. Algo onipresente que possui uma vontade mas não uma consciência. Para prevenir isso alguns tomavam tantas outras formas, havia um que era uma galáxia ele mesmo.

Nosso Criador era no caso realmente a nossa imagem e semelhança, mas de velho e barbudo não tinha nada, era uma mulher, a mais bonita que se pudesse, ou não, imaginar. Diferentemente do velho ranzinza não só em aparência, mas em estilo de trabalho, não fez muitos universos na teia de multiversos, fez apenas o nosso. Mas este era uma obra prima em questão. A união de todos os seres deste eram conhecidos como o 13º Anjo, e era superior até a maioria dos criadores, incluindo nosso protagonista mal-humorado. Belíssimos mecanismos faziam esse universo funcionar, e com inveja o pequeno homem, que a essa altura não tinha ainda esta forma, resolveu bisbilhotar, e entrou nesta nossa realidade.

Bem nossa criadora de nada ficou contente, e então prendeu às nossas regras o pobre criador que então passaremos a chamar de Boris. Uma vez preso às limitações de um ser humano Boris perdeu a maior parte de seus poderes antes ilimitados, agora tinha de se aproveitar das falhas do mundo criado para escapar, e aos poucos ir descobrindo os limites do corpo que agora habitava para que pudesse recobrar ao menos em parte seus poderes.

Algumas dúvidas prevalecem, como o grande Porque de os criadores criarem, ou quem é que os criou antes de tudo? Para Boris essas eram questões muito tolas, e ele rosnava respostas simplistas, como que dizia que criavam por que era possível (imagine-se onipotente, o que você faria no vazio infinito da realidade?), pergunte aos artistas, por que eles criam, aos escritores por que escrevem, aos compositores por que compõe, aos pintores por que pintam? E como assim quem nos criou? Ninguém é obvio, sempre existimos, a noção de infinito é naturalmente incompreensível para vocês que medem tudo pela vida e morte que conhecem (afinal vocês mesmos dizem que são a medida de todas as coisas), para nós criadores é bastante entendível, simples e aceitável que nada veio antes nem depois de nós, a eternidade e o infinito são nossa realidade. Claro, existem os criadores artificiais, que são as criações mais que perfeitas que passam então a serem criadores elas mesmas, mas nunca se houve noticias disso, é apenas uma especulação de alguns criadores muito cheios de si, isso nunca aconteceu, e duvido que aconteça algum dia, de resto temos todos a mesma idade, e nunca presenciamos um nascimento.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Depressão de começo/meio de férias... it got me (again)...¬¬

terça-feira, 12 de julho de 2011

Idéias Notívagas

Sempre me perguntei como conseguiria na página de um livro criar o tão famoso "clima" para uma cena ou história, é fácil conseguir isso com sons e imagens, as musicas, os filmes, mesmo as fotos o fazem muito bem, mas como a monótona pagina igual a todas as outras, com mesma textura, cor, cheiro de todas as outras poderia fazer isso? Entendi então que não se "cria o clima", se convence quem lê, ou ouve, ou assiste, a criá-lo para si. Toda arte então é uma tentativa de convencimento, uma forma de domar o arbítrio alheio para fazer uso das presciências de cada um, de forma a criar-se o desejado. Por isso a arte está nos olhos de quem vê, e cada um vê de formas diferentes a mesma obra, e cada um decide se gosta ou não da mesma, cada um se permite em maior ou menor grau, das várias formas possíveis, se convencer ou não do que lhe foi proposto. E por isso o conhecimento faz parte da arte, só se convence a criar aquilo que já se conhece em parte, assim como a criatividade reside na permissividade do auto-convencimento, criativo é aquele que se permite criar, que se permite convencer do inimaginável até então.

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Prever o futuro é escolhê-lo (ou criá-lo).