quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Ânima


Nada é estático, tudo se desfaz a cada minuto, o tempo se esvai, a incapacidade de toda a matéria de jazer como está, a incapacidade de permanecia da matéria revoltosa, relutantemente lutando e relutando, libertando-se das amarras que a atém a si mesma, explorando seu caos interno, tendo ao caos, liberando energia, queimando fugaz, desaparecendo, esvaindo-se, e evadindo, invadindo outros espaços, tomando o universo, retomando seu lugar, regendo-se a si mesma, e soberana de tudo, déspota corrupta, cresce, se expande, atrofia, entropia, esquenta, fere, queima, entalpia. Disfarça-se, foge da França, com falsa esperança, compra seu destino, doce soberana. Adentra a Terra, com violência, virgos veios de vida verde, machucam a terra, matam a morte, com mítica força forças a vida, grita em silencio e a faz agonizar, abate um avatar multicolor, retesando a fibra, empalidecendo a tez, em sua máxima amplitude, do profundo, escuro e abissal coração flamejante, abarcando o mundo, unindo-o com suas raízes, ascendendo majestosamente por todas as terras, por entre as serras, por sobre as montanhas, abrindo-se, abraçando aos céus, absorvendo a aurora, sorvendo a divina luz, espetáculo mágico, que apenas a frigida flor espelhada assiste, despida de qualquer sentimento ou modéstia, nua e transparente, veste apenas a mascara de sua falsidade e arrogância, abstendo-se de espelhar o pecado, ditando que a beleza esta acima da lei, com seu vestido mal vestido, em forma de copa, não cobre seu corpo, suas inflorescências, sem essência, flor vazia, sem perfume, vã teoria, cobre sim o mundo, sob suas infindas pregas, mergulha o universo em sombras, embebe tudo em trevas, esconde todo o horror explicito, oculta as criaturas que definham na escuridão, o falso vestido-copa, chamado relatividade, falsamente oblitera a visão da matéria pútrida, do fervilhar dos vermes, a impureza da carne, a mascara de sangue, a profana orgia do aumento indefinido, o som insuportável da marcha silenciosa de mil Almas, a revolta de Ânima, rei inoculto, intrínseco a própria existência, quebra o sonho falso de si mesmo, despertas do sono ambulante, de noites febris e mal dormidas, o ódio doentio incessante, move a matéria contra sua vontade, foge ao seu controle, és a flor-espelho, a mascara de carne e sangue, és a unidade, luta contra si mesmo, destrói-se, e se refaz, apenas para manter-se verdadeiro, para fazer o vento soprar, o fogo queimar, a areia cair, as águas correrem. E faz tudo isso, pela penúria incriminadora, a necessidade Essencial do ser de afirmar sua existência? Não! És a Existência.

“Ninguém começa no topo, nem eu, nem você, nem mesmo Deus. Mas o vazio insuportável do trono dos céus será preenchido, de agora em diante, Eu estarei sentado nele.”
Tite Kubo

Um comentário:

  1. foooooda pakas
    me lembra um poko de full metal
    os baguio da materia
    ^^

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