segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Heavy Metal, and Concrete and Dreams...

Tudo pesa, tudo é cinza e pesado, o mundo é pesado, as gotas de chuva pesadas caindo sobre mim, a paisagem cinza e aguada, me faz sentir imerso. Imerso em dor, em vazio, em uma ausência inexplicável, inexorável, desesperadora, incompreensível.
Cada pingo que cai do firmamento acima é uma repressão gélida, a fumaça sobre minha cabeça traça o limite permitido à meus olhos, adentra por meus ouvidos, e embrenha em minha mente, estabelecendo os limites de meus pensamentos. As palavras e sons me calam, secam minha boca costurada. Como um animal me arrasto, camuflado de gris, sobre um fundo de mesmo tom, de concreto e pedra, onde me abrigo por entre as frestas, onde me alimento da umidade insípida dos fins de seus sonhos. Onde mal-vivo, onde me embrenho por dentre os veios de aço, dos blocos de cimento entupidos de pessoas, e vazios de humanidade. Assim passo os dias, invisível e dentro dos limites sem dono, vivendo com a responsabilidade de viver assim, invisível, cinza, e limitado, vigiado por alguém sem nome nem sobrenome, alguém sem responsabilidade, e com a mesma que a minha, de não existir, mas de calar, e não consentir.

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