quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Crystal Ball
O mundo a minha volta gira fora de um eixo, me sinto alheio de certa forma, como se estivesse dentro de uma bola de cristal disforme, ouço sons indistintos abafados, e as imagens que atingem meus olhos, passando pelas paredes de cristal amassadas, chegam distorcidas e me causam ainda mais náusea. Suo frio, empalideço, me arrasto cambaleante, tentando desesperadamente chegar a algum lugar indefinido, que eu não sei onde fica. Porém a cada passo que dou, a bola de cristal gira, e minha cabeça acompanha o movimento, variando a direção e a velocidade, tornando-se cada vez mais difícil de me locomover. E tendo perdido completamente o senso de direção, de tempo e espaço, minhas entranhas revoltosas se revoltaram ainda mais, apertaram-se, e se impeliram com violência para fora, e tão freqüentes e fortes se tornaram os espasmos que já não posso respirar. Então as investidas e tentativas de se exteriorizarem pareceram obter êxito, me sinto vazio, porém pesado como se feito de metal sólido, de tal forma a não conseguir me sustentar, senti uma pancada surda e seca, como se tivesse atingido o chão, e de repente, todos os sons indistintos se calam, todas as imagens difusas escurecem, o chão abaixo de mim parece ceder, e tudo para, perco a sensação de “eu”, e sinto-me mergulhado no vazio...
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Noosa curti muito esse Luiz !
ResponderExcluirmuito profundo...
muito bom ! PARABÉNS !!